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Em novembro de 2008, uma das maiores enchentes da história de Santa Catarina atingiu 1,5 milhão de pessoas no norte do estado. A cidade de Itajaí, onde está localizado o porto com a segunda maior movimentação de contêineres no Brasil, ficou 85% submersa e as fortes chuvas comprometeram o funcionamento das estruturas.
“A tendência é o aumento de eventos climáticos extremos que interferem na operação portuária e podem causar até a paralisação dos portos, com transtornos para os usuários e atrasos nos serviços portuários.
Foi com as perdas decorrentes da enchente nas operações do Porto de Itajaí, que a ANTAQ começou a pensar mais seriamente sobre os impactos das mudanças do clima para os portos brasileiros”, afirma o superintendente substituto de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), José Gonçalves Moreira Neto.
Melhorar a capacidade dos setores público e privado em prever eventos climáticos extremos e suas consequências é o objetivo da gestão de risco climático.
Devido a sua importância econômica e ao histórico de impactos relacionados ao clima, o Porto de Itajaí foi selecionado pelo projeto Ampliação dos Serviços Climáticos para Investimentos em Infraestrutura (CSI) para implementar um estudo piloto de avaliação de risco climático para infraestrutura. Em parceria com o ProAdapta, o estudo-piloto teve como objetivo levantar o nível de risco climático das principais estruturas portuárias e identificar medidas de adaptação para reduzir os danos e os prejuízos. Com o estudo realizado, o Porto de Itajaí passou a priorizar ações de adaptação às mudanças do clima, entre elas o aprimoramento do sistema de monitoramento hidro-meteorológico, a implementação de um sistema de drenagem, o aumento na frequência das dragagens e a aquisição de equipamentos de sinalização náutica.
“Sem dúvida, o evento no Porto de Itajaí foi um catalizador para o governo federal incluir as mudanças do clima no radar do setor portuário. Em 2015, nosso primeiro diagnóstico foi restrito a dois portos e uma ameaça climática, mas graças à parceria com a GIZ tivemos a necessidade do setor mapeada e pudemos desenvolver um diagnóstico mais amplo”, cita Neto, comparando o primeiro estudo do governo federal, em 2015, que só abrangeu os portos do Rio de Janeiro e de Santos, considerando somente uma única ameaça climática (aumento do nível do mar), com o estudo realizado, em 2019, em parceria com o ProAdapta, que abrangeu 21 portos marítimos brasileiros.
O levantamento de riscos climáticos e possíveis medidas de adaptação à mudança do clima em 21 portos públicos brasileiros resultou em um ranking que aponta quais portos estão sob maior risco atualmente e em cenários futuros. De acordo com o estudo, apenas uma pequena parcela dos portos adotava medidas de adaptação à mudança do clima, o que se explica, em parte, pela falta de conhecimento sobre o tema.
Os riscos climáticos para as operações portuárias são vários. “As tempestades, por exemplo, afetam o transporte e o armazenamento de cargas de granéis sólido, como grãos e adubo. Já os vendavais têm o potencial de danificar muitos equipamentos de pátio, que em muitos casos, de tão críticos, podem parar as operações. A chuva e a neblina intensa também podem interromper tanto os acessos das embarcações ao porto, quanto a movimentação de carga no pátio. Finalmente, a questão da elevação do nível do mar traz danos sérios para as infraestruturas próximas ao cais, podendo o próprio cais ser engolido pelo mar”, explica o superintendente da ANTAQ.
Além do levantamento de riscos climáticos para os portos, o ProAdapta também apoia o MINFRA em ações de levantamento de risco e medidas de adaptação à mudança do clima nos setores rodoviário e ferroviário. A cooperação inclui treinamentos na temática de risco climático e adaptação para o setor de infraestrutura de transporte, que apesar de ser um dos mais impactados pela mudança do clima, nem sempre considera a questão nos processos de planejamento.
Seja nos portos, rodovias ou ferrovias, seja no setor público ou empresarial, trabalhando em parcerias com governos municipais, estaduais e federal, o ProAdapta sensibiliza a sociedade a despertar para o tema da gestão de risco climático e entrega ferramentas para que iniciativas de prevenção e adaptação sejam colocadas em prática.
Escola Nacional de Administração Pública (ENAP)
O ProAdapta impulsionou alguns resultados de outros projetos da cooperação Brasil – Alemanha que possuem objetivos semelhantes. Este é o caso do projeto IPACC II que desenvolveu uma capacitação em Mudança do Clima e Gestão de Risco Climático. Para atingir um público maior de servidores públicos federais e possibilitar a multiplicação do conhecimento sobre a temática, o ProAdapta apoiou a disponibilização de todo o conteúdo na plataforma online da ENAP.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Em parceria com o ProAdapta, foi elaborado um guia para análise de riscos relacionados à mudança do clima no contexto dos investimentos públicos em projetos de infraestrutura. Outro importante resultado desta parceria foi a inclusão da mudança do clima nos critérios de análise do BNDES para o planejamento de investimentos no setor de infraestrutura.
Defesa Civil de Santa Catarina
O órgão estadual conta com a parceria do ProAdapta em diversas ações de desenvolvimento de cenários de mudanças do clima, levantamento de risco climático, desenvolvimento de ferramenta digital de provisão de informações climáticas, além do fortalecimento de medidas de gerenciamento que visam melhorar o enfrentamento de eventos extremos na região, diminuindo os riscos para a sociedade.
Defesa Civil de Salvador
O ProAdapta apoiou a Prefeitura Municipal de Salvador e a Defesa Civil do município com a implementação de um programa de treinamento comunitário para o enfrentamento dos impactos da mudança do clima. O treinamento foi focado nos grupos locais de gestão de desastres, incluindo a capacitação dos responsáveis pelo treinamento.
Movimento Viva Água
O projeto apoiou a realização de uma pesquisa e um webinar com empresas na Bacia Hidrográfica do rio Miringuava, na Região Metropolitana de Curitiba, para aumentar a conscientização do setor empresarial sobre riscos climáticos e adaptação. Além disso, realizou um treinamento sobre risco climático e adaptação para segurança hídrica com foco no setor empresarial e parceiros locais e realizou assessoria para empresas locais para identificação de riscos e elaboração de estratégias de adaptação à mudança do clima com foco em segurança hídrica.
Veja abaixo algumas publicações sobre a Gestão de Risco Climático