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A gestão do risco climático e a tomada de decisão para medidas de adaptação à mudança do clima, que minimizem perdas e danos, só é possível a partir do acesso à informação de qualidade sobre o que está por vir. Cenários e modelagens climáticas, entre outros recursos, são essenciais para que gestores de diferentes setores possam avaliar os riscos climáticos e planejar de forma eficiente seus investimentos em infraestrutura.
“Os riscos das mudanças do clima para a infraestrutura são muitos”, afirma a chefe de serviço de assessoria da Subsecretaria de Sustentabilidade do Ministério da Infraestrutura (MInfra), Fani Mamede, citando deslizamentos, erosão do solo e incêndios, como exemplos de eventos climáticos que podem comprometer a infraestrutura nacional, em especial os sistemas rodoviários e ferroviários.
A gestão eficiente dos investimentos em infraestrutura tem nos Serviços Climáticos a produção de informações customizadas para auxiliar a gestão dos riscos associados à mudança do clima.
Para apoiar tomadores de decisões no planejamento e na avaliação dos riscos climáticos para os investimentos em infraestrutura, auxiliando no aumento da resiliência desses empreendimentos, foi lançado em 2017 o projeto Ampliação dos Serviços Climáticos para Investimentos em Infraestrutura (CSI). Financiado pelo Ministério Federal do Meio Ambiente, Proteção da Natureza, Segurança Nuclear e Defesa do Consumidor (BMUV), no âmbito da Iniciativa Internacional de Proteção do Clima (IKI), com implementação da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, o CSI vem sendo implementado no Brasil, na Costa Rica, Vietnã e países da Iniciativa da Bacia do Nilo.
No Brasil, o projeto atua em em parceria com o Ministério da Infraestrutura (MINFRA), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Agência Nacional de Transporte Aquaviários (ANTAQ), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Porto de Itajaí e a Defesa Civil de Santa Catarina. Essas instituições vêm desenvolvendo capacidades técnicas para viabilizar a integração de Serviços Climáticos nos processos de planejamento e regulamentações setoriais. Nesse contexto, o projeto atua como uma interface entre os provedores de informações climáticas e os gestores públicos.
Integradas ao Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA) e alinhadas às Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), as ações desenvolvidas pelo CSI apoiam o desenvolvimento de produtos climáticos customizados às necessidades dos diferentes tipos de infraestruturas, ao mesmo tempo que implementam atividades de capacitação para a sensibilização dos gestores públicos sobre a importância do uso de informações climáticas adequadas durante os processos de planejamento.
O projeto CSI está estruturado em quatro componentes:
Um estudo-piloto investigou como alterações no regime de ventos e nebulosidade podem afetar a produção de energia eólica e solar para a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que tem por finalidade prestar serviços ao Ministério de Minas e Energia (MME) na área de estudos e pesquisas destinadas ao planejamento do setor energético. As informações subsidiaram a inclusão do risco climático nos Planos Nacional e Decenal de Energia.
Dois estudos-pilotos, ambos em Santa Catarina (ver boxes), uniram gestores públicos e provedores de Serviços Climáticos para a avaliação de riscos climáticos. Em parceria com a organização Engineers Canada, técnicos brasileiros foram capacitados na aplicação do protocolo Public Infrastructure Engineering Vulnerability Committee (PIEVC), que contempla a ameaça climática na análise de risco de infraestruturas. A abordagem foi disseminada para outras iniciativas por meio de material de treinamento.
O CSI contribui para o enfrentamento global dos desafios da mudança do clima com a disseminação de suas abordagens e experiências por meio da plataforma Adaptation Community.
Após uma das maiores enchentes da história de Santa Catarina, que, em novembro de 2008, deixou a cidade de Itajaí 85% submersa, o Porto de Itajaí foi escolhido para um estudo-piloto do projeto CSI. O objetivo foi analisar a probabilidade de eventos extremos no futuro e levantar o nível de risco das infraestruturas portuárias frente a mudança do clima, de modo a propor medidas para prevenir eventuais danos.
O levantamento de risco climático para o Porto de Itajaí, responsável pela segunda maior movimentação de contêineres no Brasil, apontou que eventos como fortes correntezas, enchentes, chuvas e ventos fortes são as principais ameaças climáticas que poderiam causar impactos à infraestrutura portuária. Além disso, o estudo apontou que as operações poderiam ser prejudicadas não só pelas ameaças citadas anteriormente, mas também por neblina, assoreamento, elevação do nível do mar, ondas fortes e ressacas.
Ventos fortes, altas temperaturas, deslizamentos, queimadas, chuvas e raios são ameaças constantes para as linhas de transmissão da Companhia de Geração e Transmissão de Energia Elétrica do Sul do Brasil (CGT-Eletrosul), uma empresa controlada pela Eletrobras e vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME). Em parceria com o CSI, em formato de estudo-piloto, foi realizada a análise de risco climático das linhas de transmissão de alta tensão (LT) de Itá-Salto Santiago e Biguaçu-Blumenau, ambas em Santa Catarina, porém localizadas em regiões com diferentes características climáticas – a primeira no interior, a segunda no litoral.
Com informações de Serviços Climáticos providos pelo INPE e pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) - empresa pública, vinculada ao Governo do Estado de Santa Catarina, o CSI facilitou um processo de análise de risco que produziu uma matriz de avaliação, baseada em dados de clima atuais e futuros, e identificou medidas de adaptação para que os investimentos sejam melhor aplicados.
O resultado foi um método que aponta quais trechos das LT’s têm maior chance de sofrer danos por conta de eventos climáticos, o que possibilita atuar de forma mais direcionada, analisando a resiliência das estruturas frente ao clima. Entre as medidas de adaptação já implementadas pela CGT-Eletrosul estão manutenção dos acessos à linha de transmissão, recuperação de erosões, estoque de peças de reposição, treinamento de eletricistas, parcerias com outras concessionárias e estudos de solução de engenharia. A companhia ainda pretende executar medidas como a criação de um comitê permanente para monitoramento dos riscos climáticos e medidas de adaptação e a incorporação de riscos climáticos em novos projetos.
Conheça mais sobre o eixo de atuação Gestão de Risco Climático.
Veja abaixo algumas publicações sobre o CSI