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De 2019 a 2021, o estado do Paraná enfrentou a maior crise hídrica dos últimos 90 anos. Em setembro de 2021, a Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR) colocou 13 cidades em alerta pela seca, e 18 municípios, incluindo a Região Metropolitana de Curitiba, passaram por racionamento de água.
O racionamento acabou em janeiro de 2022, mas a falta de água, tanto para o abastecimento público, quanto para a irrigação das lavouras e o trabalho de empresas e indústrias, acendeu o alerta para os efeitos da mudança do clima e a necessidade de ações de adaptação para minimização dos impactos.
Assim, ainda em 2019, diferentes setores da região se reuniram em torno do movimento Viva Água. Sob a liderança da Fundação Grupo Boticário, com apoio do ProAdapta, o movimento é uma estratégia multiatores que visa melhorar a qualidade e a disponibilidade hídrica, além da resiliência climática na Bacia Hidrográfica do rio Miringuava. Localizado no município de São José dos Pinhais, o rio Miringuava é responsável pelo abastecimento de parte da população da cidade e gera um excedente para municípios vizinhos, como Curitiba, Fazenda Rio Grande e Araucária.
“Com a recente estiagem severa que tivemos em todo o Paraná, precisamos repensar nossa estratégia de uso da água, pensar em resiliência hídrica e na antecipação de investimentos. Em alguns momentos, não tinha água disponível em quantidade e/ou qualidade para o abastecimento da população, o que impacta diretamente o nosso negócio. Com isso, tomamos ações importantes para nos adaptarmos e nos tornarmos mais resistentes aos eventos extremos”, explica o gerente de Pesquisa e Inovação da SANEPAR, Gustavo Rafael Collere Possetti.
Integrante do movimento Viva Água, a SANEPAR entendeu a importância de o setor empresarial assumir o protagonismo em ações de adaptação à mudança do clima. “Estamos construindo nosso plano de adaptação e mitigação à mudança do clima, inclusive para informar nossos investidores sobre os riscos climáticos e o modo como estes são gerenciados”, afirma Possetti, explicando que, para tanto, a empresa conta com suporte de diversos parceiros, entre eles o projeto ProAdapta e o movimento Viva Água. “Com eles temos discutido como as Soluções baseadas na Natureza (SbN) podem nos ajudar a melhor nos adaptarmos a todo esse contexto e mitigar riscos. Um exemplo é a barragem que estamos construindo na bacia do rio Miringuava, para a qual queremos aplicar a maior quantidade possível de conhecimentos técnico-científicos que tragam a adaptação à mudança do clima para a nossa realidade”, disse ele.
O envolvimento do setor produtivo e, mais ainda, a incorporação de medidas de gestão de risco climático, podem fazer a diferença na economia local. No caso do rio Miringuava, o projeto auxilia o movimento Viva Água na geração de informações relevantes sobre clima e segurança hídrica, realiza atividades de desenvolvimento de capacidades, bem como assessora empresas do município.
Um exemplo é a Elis Brasil, empresa com unidade em São José dos Pinhais que oferece serviços de locação, higienização e manutenção de artigos têxteis. Preocupada com a alta dependência de recursos hídricos para seus processos produtivos, a empresa contou com apoio do ProAdapta para elaboração de estratégias de adaptação à mudança do clima com foco em segurança hídrica. Por meio de assessoria especializada, foi realizada a identificação e priorização de medidas de adaptação relevantes. Dentre elas, a perfuração de poço de captação de água adicional, complementando a captação já existente. A adesão e investimento da empresa junto ao movimento Viva Água também constitui uma medida de adaptação, ao fortalecer a adoção de Soluções baseadas na Natureza e contribuir para o aumento da resiliência climática regional na bacia.
Os resultados positivos se espalham feito água: o movimento Viva Água já conseguiu envolver diversas organizações, incluindo o setor público, academia, cooperativas, entidades empresariais, produtores e a própria comunidade.
“A parceria em torno do movimento Viva Água faz com que exista um conjunto de interesses devidamente organizados para que um objetivo maior seja atingido. Este objetivo é que a sociedade prospere com base no desenvolvimento sustentável”, afirma o gerente da SANEPAR, explicando que uma análise econômica do conjunto de ações empreendidas na bacia do rio Miringuava calcula que a cada R$ 1,00 investido em conservação da natureza gera um retorno econômico de ao menos R$ 2,46. “Assim, aprendemos com o projeto ProAdapta e o movimento Viva Água, que trabalhar com meio ambiente significa gerar valor. Mais do que recursos financeiros, esse valor representa a gota da água que a população está bebendo. É preciso construir um ambiente de confiança, para que se possa fazer a diferença na vida das pessoas. Esse é o lastro da promoção da sustentabilidade”, finaliza Possetti.
O rio Miringuava inspira e chama outros players do setor empresarial a ampliarem o seu engajamento em torno do tema da adaptação e resiliência climática. O ProAdapta trabalha em diversas frentes para sensibilizar o setor empresarial para as oportunidades e os riscos da mudança do clima e para o uso de medidas de adaptação.
Prefeitura Municipal de Salvador
A análise e adaptação aos riscos econômicos decorrentes da mudança do clima no setor do turismo, realizada pela Prefeitura Municipal de Salvador, foi apoiada pelo ProAdapta. Com isso, o projeto ajudou a sensibilizar o empresariado local, de um dos setores econômicos mais importantes para a capital baiana, para a relevância do tema. Além do turismo, também foram desenvolvidas ações em parceria com o setor da construção civil, como um manual sobre soluções verdes nas edificações.
Iniciativa Empresarial em Clima (IEC)
O ProAdapta atuou em parceria com a iniciativa que articula entidades que representam o setor empresarial em torno das discussões sobre mudança do clima. O projeto contou com o apoio da iniciativa no levantamento de informações junto às empresas, realizada em 2020, que serviram de subsídio para a elaboração do Relatório Final de Monitoramento e Avaliação do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA) ciclo 2016-2020, lançado em 2021 pelo MMA. O projeto também promoveu, em conjunto com a IEC, a divulgação de ferramentas desenvolvidas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) que apoiam diferentes setores econômicos na análise de risco climático, entre elas a plataforma Projeções Climáticas e a Adapta Brasil. Enquanto a primeira, disponibiliza projeções de mudanças climáticas sobre o território nacional a partir de modelagens brasileiras e internacionais, a segunda integra índices e indicadores de risco de impactos das mudanças climáticas no Brasil.
Veja abaixo algumas publicações sobre o Engajamento Empresarial